Cuidado com o que você come na Uerj!

Matéria extraída do site www.agenc.uerj.br. Acho que depois de lerem pensaram duas vezes antes de comer...
Cantinas da Uerj têm problemas de infra-estrutura e qualidade das refeições, diz estudo
De acordo com pesquisa, normas da Anvisa são desrespeitadas e apenas um dos estabelecimentos tem licença do Corpo de Bombeiros
Alexandra Barbosa

Para analisar as instalações das cantinas e as condições de higiene no preparo e na exposição dos alimentos, Ana Lúcia Lopes de Lacerda, aluna da pós-graduação da Faculdade de Engenharia Ambiental, percorreu o Pavilhão Reitor João Lyra Filho e constatou, como documenta em sua dissertação de mestrado defendida em março de 2008, que a maioria das cantinas desrespeita as normas na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
“O estudo constatou índices elevados e de não conformidade, a saber: ausência de lavatório exclusivo para higiene das mãos nas áreas de manipulação, e, nestes locais, em geral, há pouca ventilação e a temperatura é alta”. Ainda segundo o texto, um dos principais problemas encontrados foram as portas de entrada sem proteções inferiores contra insetos e roedores, tubulações das pias inadequadas e instalações elétricas precárias com vários aparelhos conectados a uma mesma tomada, levando assim, ao risco de curto circuito, além da temperatura do freezer e da estufa inadequados.
Os funcionários, em sua maioria, segundo o texto, não usavam uniformes nem luvas, além de manusearem os alimentos usando adornos, além de proteção para o cabelo como toucas e redes. Frangos e carnes, por exemplo, eram descongelados em vasilhas postas no chão. Ainda se referindo às condições sanitárias e de higiene, Ana Lúcia descreve que, “em 2006, houve relatos de usuários terem encontrado insetos nas refeições de duas cantinas oficiais (registradas) do bloco F”.
Outro problema encontrado pela pesquisadora foi a diferenciação da regulação do funcionamento entre as cantinas. Segundo ela, das 10 cantinas avaliadas, cinco passaram pelo processo de licitação, organizado pela prefeitura do campus. Já as outras cinco não necessitam, de acordo com a dissertação, passar por esse tipo de concessão e ficam submetidas apenas a acordos com os centros acadêmicos, ou seja, livre de taxas de regularização, o que gera conflitos entre a prefeitura do campus e os donos das cantinas registradas, que se sentem em condições desiguais.
No que diz respeito à prevenção de acidentes, de acordo com o texto de Ana Lúcia, a responsabilidade é do Departamento de Segurança e Saúde no Trabalho da Uerj, o Dessaúde, órgão responsável por fiscalizar a segurança e a saúde do trabalhador da universidade. De acordo o órgão, alguns princípios de incêndios foram registrados em seu relatório de ocorrência. Em 2004, a cantina do 5º andar do bloco F pegou fogo, a autora escreve que o incêndio foi causado por uma fritadeira industrial. Em 2006, segundo dados, o incidente se repetiu na cantina do 6º pavimento do bloco C. “Foram utilizados dois extintores de incêndio da Uerj, a cantina não possuía nenhum. A causa foi um provável curto circuito na fritadeira elétrica, uma funcionária teve queimadura de primeiro grau no braço direito”.
Como resultado de sua pesquisa sobre as cantinas, Ana Lúcia Lacerda constatou que, 90% delas não possuem material de primeiros socorros disponível e em locais de fácil acesso. Além disso, segundo a dissertação, “somente a cantina situada no pavimento térreo tem permissão do Corpo de Bombeiros (CBMERJ) para esta utilização”.

05/02/2009

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