Tecnologia com processamento de imagens tridimensionais é usada para prevenir deslizamentos

Pós-graduado do IPRJ - Uerj apresenta projeto para identificar áreas de riscos em encostas
Aldevan Junior

Uma das maiores preocupações da população brasileira na ocorrência de fortes chuvas são os deslizamentos de terra nas encostas. Estas, muitas vezes ocupadas desordenadamente ou com problemas estruturais, são protagonistas de graves acidentes. Para dar suporte à prevenção destes desastres, o professor Sandro Roberto Fernandes, pós-graduado em Modelagem Computacional pelo IPRJ-Uerj de Nova Friburgo, desenvolveu pesquisa que resultou na dissertação intitulada “Ferramenta de visão Computacional para processos fotogramétricos”. O objetivo do estudo foi identificar tridimensionalmente essas áreas de riscos.

O projeto apresentado no texto de Sandro Fernandes é de 2006 e foi idealizado juntamente com seu orientador, o professor Joaquim Teixeira de Assis. O projeto, de acordo com o autor, “consistiu no desenvolvimento de uma ferramenta computacional para o processamento de imagens estereoscópicas a partir de fotogramas obtidos por câmeras aéreas métricas e não métricas, com o fim de dar suporte à identificação de possíveis áreas de risco em encostas. O principal objetivo foi a recuperação do valor da altura dos pontos do terreno bidimensional e a construção da imagem tridimensional”.

O trabalho de Fernandes teve os primeiros experimentos na própria cidade de Nova Friburgo. “Depois de muito tempo de pesquisa e estudo, foi feito um levantamento de altitudes da cidade de Nova Friburgo. Com as aerofotos da cidade, pudemos criar uma amostra dos terrenos que aparecem nas fotos. A altitude recuperada nestes locais possui discrepância de no máximo 7% em relação à altitude oficial”, diz.

Segundo o professor Sandro Fernandes, essa imagem tridimensional ajuda as autoridades a determinarem os lugares de riscos de deslizamento de encostas e tomar medidas, como desapropriar moradias irregulares ou realizar obras estruturais: “Isso será um retorno interessante para a população de modo geral”, assegura.

Atualmente, a pesquisa continua a ser levada adiante por outros alunos do IPRJ-Uerj. Estes, segundo o autor da dissertação, estão em busca de um modelo tridimensional mais preciso. “O método de recuperação dos valores das alturas dos pontos também está sendo revisto e aperfeiçoado pelos estudantes”, diz.

Obs: Matéria veinculada no site da Agenc (www.agenc.uerj.br).

0 comentários: