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Adultos e jovens disputam as mesmas vagas no mercado brasileiro
Artigo publicado pela revista Polêmica mostra que o desemprego entre jovens é maior do que entre os adultos.

Monique Andrade

Segundo dados do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), quatro milhões de jovens estão fora do mercado brasileiro, o que representa 20,1% da população com idade entre 15 e 24 anos. Atualmente, as maiores dificuldades enfrentadas por eles para ingressar no mercado de trabalho são falta de experiência, descaso do governo, reestruturação produtiva, adoção das novas tecnologias e formas de gestão da força de trabalho, entre outras. Estes dados são do artigo “O desemprego juvenil e a crise social no Brasil atual” publicado na edição de outubro/dezembro de 2007 da revista “Polêmica” da Uerj.

Além disso, dados de 2004 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) mostram que 85% dos jovens desempregados no mundo se encontram nos países periféricos, embora esse problema também seja observado acima da linha do Equador.
No Brasil, esse fenômeno se intensificou nas duas últimas décadas, fruto da precarização das relações de trabalho e do crescimento do mercado informal, o que propicia o surgimento de uma geração de jovens dependentes da família, das políticas públicas e que buscam tardiamente o mercado de trabalho.

Ainda de acordo com o autor do artigo, o doutor em ciências sociais pela Unicamp, Marcos Roberto Mesquita, um dos motivos que explicam as altas taxas de desemprego entre os jovens “é o fato de não existirem empregos para todos”. De tal modo que os adultos competem com o segmento juvenil por ocupações que eram a “porta de entrada” deste no mercado, desmentindo o discurso do empresariado de que o desemprego é resultado da falta de capacitação, pois houve uma ampliação dos índices de escolaridade entre a juventude brasileira.

O artigo indica também que diante de um cenário acentuado de desemprego os empresários aproveitam para aumentar as exigências, seja de qualificação, seja de escolaridade e experiência profissional, o que dificulta a conquista do primeiro emprego. Marcos Roberto sugere que, por atingir milhões de jovens brasileiros, o desemprego juvenil deve ser tratado com atenção especial por parte do Estado e da sociedade. De acordo com o autor, a falta de trabalho amplia o círculo de pobreza, colocando os jovens em uma situação de desespero, impotência e vulnerabilidade, pois até mesmo a conclusão do ensino superior não é mais considerada uma garantia de sucesso profissional.

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1 comentários:

Aldevan Junior disse...

EXCELENTE MATÉRIA DE UMA EXCELENTE JORNALISTA