Tempo? Cadê? Onde?



Nesse confuso mundo do capitalismo ao qual estou incluída está cada vez mais difícil sobrar um tempo para a realizações de atividades prazerosas. Às vezes, chego a sentir saudades da época em que meus avós viviam, tudo bem, sei que não posso sentir saudades daquilo que não vivi, ou melhor, de uma certa forma eu vivi sim só que através dos inúmeros causos que me relataram.

Era uma época em que todos os vizinhos se conheciam e aproveitavam o cair da noite para colocar o papo em dia, enquanto que hoje em dia eu nem mesmo sei quem são os meus vizinhos e que históris fantásticas tem para me contar.

Concordo que viver uma ditadura militar não foi nada fácil, mas a possibilidade de jantar com o pais às 18:00 me enchem os olhos, sem contar no almoço de domigo e nas festas de família, em brincar nas ruas e sair sem ter hora para voltar.

Devo estar meio nostálgica, mais andei refletindo muito sobre o mundo em que estamos e percebi que não é o paraíso tropical tão proclamado em verso e prosa. Hoje, a relação entre as pesssoas está cada dia mais e mais fria, distante e para sacramentar este processo veio a Internet - a deusa - que nos dá o mundo e ao mesmo tempo nos tirar o prazer de sentir a brisa no rosto ou o hálito quente do amado. Muitas pessoas se conhecem, se apaixonam, formam grupos de amigos e interagem se ao menos ter se sentado lado a lado em uma praça. É tão estranho esse processo que mesmo usufruindo de seus benefícios ( que são muitos, não nego) ainda me causa estranhamento.

Para encerrar gostaria de expor um pequeno texto sobre uma árvore no meio da rua.
Não entendeu o porque? Acho que ele retrata o que estou tentando expressar com maestria.

"Quantas vezes você passou ontem pela sua rua e viu aquela árvore na esquina? Uma vez? Duas? Dez vezes? Mas quantas vezes você realmente "viu" aquela árvore? Quantas vezes prestou atenção na textura? Já viu as formas? E a sombra que ela projeta as 10h da manhã? Será que mesmo sabendo dela alí você nunca "viu" a árvore?"

Espero que você não seja um dos muitos que nunca viram a árvore na esquina.



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