Obra Minha


Terça-feira é dia de matéria produzida por mim, espero que gostem.

Crianças são as mais prejudicadas no processo da exclusão digital.
“O computador tira os limites das crianças”, afirma psicóloga.

Quem em sua época de criança nunca escutou a frase: “Se você brincar com ela não será mais meu amigo”, pois bem, por mais inocente que possa parecer, esta é de acordo com a psicóloga e psicanalista, Ana Maria Iencarelli, a primeira forma de exclusão sofrida por uma criança. Nesse sentido, o Instituto de Psicologia da Uerj, organizou a VI Jornada sobre a violência contra a criança, que entre outros temas discutiu as diversas formas de exclusão vivenciadas no Brasil.

Ana Maria foi à convidada do dia 4 de julho e expôs o tema “Violência e Exclusão”, em que aborda uma série de fatos excludentes da sociedade os subdividindo em três grupos: os sem-documentos, os excluídos digitais e os excluídos do convívio familiar.

Os primeiros despossuídos desta lista, segundo Ana Maria, são as crianças que de acordo com dados expostos por ela somavam em 2007, aproximadamente 375.000 bilhões sem registro de nascimento – valor lembrar que o registro é a primeira forma de inclusão do indivíduo na sociedade – sendo que na região do semi-árido nordestino 94% dos jovens não possuem registro. “O registro tardio cresce na época de eleição, já que vários políticos facilitam o acesso ao documento no período eleitoral visando o crescimento do número de títulos eleitorais”, denuncia à psicóloga e vai além “crianças nascem e morrem no Brasil sem ao menos existir legalmente”.

Outra exclusão mencionada por ela foi o preconceito sofrido pelas crianças sem terrinhas, “marcadas pela cor viva e descriminadas pelo apelido” assim é vista esta parcela da juventude brasileira que na maioria dos casos engloba a lista dos não-registrados.

Ana Maria declara ainda que a Era Digital mais do que aproximar a juventude acabou os desmembrando em dois tipos: os com computador na escola e os sem micro na escola. Contudo, a psicanalista adverte “há exclusão mesmo entre as crianças que usam o computador, na medida em que perdem a noção de tempo real, pois o espaço virtual traz outros conceitos de tempo, espaço e de compreensão da morte. E é claro, existem as crianças excluídas socialmente que sofrem a exclusão digital, ou seja, nem ao menos têm a oportunidade do acesso ao aparelho”.

Nesse aspecto ela cita a escola como fomentadora do processo de exclusão, “A má qualidade das escolas impede a obtenção de conhecimento sendo a forma mais cruel de exclusão, já que tira do aluno a oportunidade de um futuro”.

CRÉDITOS:AGENC

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