A quase 20 anos...

Lula e Collor em entrevista a jornalista Marília Gabriela - favorável a Collor.

O ano era 1989. O dia era 15 de novembro – data em que se comemora a Proclamação da República. O horária era 9 da manhã... Registros inesquecíveis, não para mim - que nem nascida era -, mas para o Brasil que após 28 anos de Ditadura Militar via, finalmente, seus filhos retornarem as urnas para decidir o próximo presidente.

Na disputa havia vários candidatos – Leonel Brizola (PDT), Mário Covas (PSDB), Paulo Salim Maluf (PDS), Ulysses Guimarães (PMDB), Fernando Gabeira (PV), entre outros. Mas somente dois de fato: Luiz Inácio Lula da Silva (PT, PSB, PC do B) e Fernando Collor de Melo (PRN, PSC, PTR, PST). Na linguagem da época, o sapo versus o caçador de marajá. Na linguagem que a História nos revelaria anos depois o injustiçado por um debate “mal” editado versus o bonitinho, mas... Ordinário!

O nível de expectativa dos eleitores - após tantos anos de repressão - era imenso e pode ser visto nas urnas onde a diferença percentual entre o primeiro (Collor) e o segundo lugar (Lula) foi de apenas 10.988.338 votos (12,44%), no primeiro turno. Já no segundo, a diferença foi ainda menor 4.013.634 votos (5,71%) com a vitória de Collor.

“Lula lá
Brilha uma estrela,
Lula lá...
Cresce a esperança.
Lula lá...
de um Brasil criança.
Pra fazer,
brilhar nossa estrela...”

Composta por Hilton Acioli, tornou-se o jingle de campanha mais cantado em toda a história nacional, mas o destino não lhe deu o poder de derrubar o preconceito da elite para com o siderúrgico, sem instrução e dedinho. E toda a euforia das eleições de 1989 se transformaram em decepção durante as denúncias - feitas em 1992 - contra o presidente Fernando Collor.

Ironicamente, 13 anos depois a burguesia se rendeu ao charme do sapo gururu e num passe de mágica transformou-o em um formoso príncipe. E ele virou muito mais... Virou o presidente da República Federativa do Brasil em 2002, reeleito em 2006, virou o presidente mais popular da história, virou simplesmente “O cara”, de acordo com Barack Obama, virou o homem que acabou com a dívida externa, virou o ponto essencial para a conquista das Olimpíadas de 2016... E nisso tudo já se vai quase 20 anos.... Quem diria, hein?!

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