De tudo um pouco

Hoje, assim como todos os dias, peguei um belo engarrafamento na linha vermelha e para me distrair comecei a observar os passageiros ao meu redor. Homens e mulheres disfarçando o sono com óculos escuros, pessoas conversando ou grudadas ao mp3, enfim nada de novo. Até que uma mulher chamou a minha atenção com um gesto simples: abrir a bolsa e começar a vasculhar dentro.

A princípio ela retirou o celular com os fones de ouvido - até aí nada de anormal – depois um saco de farmácia com umas oito caixas de remédios, em seguida uma caixa de óculos escuros que havia comprado a pouco – sei disso porque a etiqueta ainda estava grudada nos óculos – então para remover a etiqueta procurou na bolsa e retirou um kit de manicure completo (lixa, espátula, alicate, tesourinha, algodão e esmaltes). Por fim a etiqueta foi removida e a moça pode, finalmente, estrear os óculos.

Achei que ela fosse parar por aí, mas eis que surge uma necessaire gigante de maquiagem e ela começa o processo de embelezamento – sempre adorei observar as mulheres se maquiando acho um espetáculo belíssimo – durou pouco, mas deu para perceber que a bolsinha era completa. Ah! Depois da maquiagem vem um perfuminho, claro. E depois de tudo isso ela ainda tira da bolsa dois jornais, uma revista, um pacote de lencinhos, um prendedor de cabelos, uma agenda, uma garrafa d’água e uns biscoitinhos.

Só então pude compreender o mundo completamente particular e único que é uma bolsa de mulher. Parece um buraco sem fim da onde se tira de tudo um pouco. Confesso que assim que cheguei ao estágio dei uma rápida olhada na minha bolsa e percebi perplexa que também carrego vários dos itens da minha companheira de viagem. E vou mais além tenho comigo uma lanterna, duas pilhas alcalinas, uma toalhinha rosa e por aí vai...

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