Histórico de Vida, texto retirado na íntegra do site Globo.com

"Deputado Federal, de 67 anos, cumpre o quarto mandato na Câmara. Em 1969, atuava na luta contra o regime militar, foi preso e viveu no exílio por dez anos. Nos anos 1980, ajudou a fundar o Partido Verde. Eleito deputado pelo PT, deixou o partido em 2003, por discordar da política ambiental do governo."

O Deputado Federal, Fernando Gabeira (PV), surpreendeu muita gente ao avançar para o segundo turno dessas eleições com um percentual de 25,61% dos votos válidos. Contudo, apesar de seu histórico de luta pela liberdade dos cidadãos, este senhor de 67 anos ainda sofre insultos oriundos de mentes preconceituosas, que alegam que votar em sua pessoa corresponde a aceitar que legalizem a maconha e o aborto. No entanto, o próprio candidato já afirmou em matéria publicada no jornal O Globo (de 27 de agosto de 2008, página 10) que não pretende mais lutar por tais projetos:

“O foco agora não é legalização. Neste momento, eu não seria a favor da legalização. Foi uma discussão um pouco inútil, perdi energia — disse Gabeira na sabatina, organizada pelo jornal “Estado de São Paulo”. A colocação do debate entre legalizar ou não coloca os dois lados numa posição insatisfatória. Sem uma polícia moderna, eficaz e honesta, você não consegue nem reprimir nem legalizar. A nova discussão que proponho é reformar a polícia. A gente tem que trabalhar naquilo em que se pode marchar junto: na reforma da polícia e no aumento da informação.” (trecho retirado da matéria)

Sendo assim, só consigo definir frases do tipo: “Votar no Gabeira é liberar a maconha" ou "Ele é viado", como atitudes hipócritas. E sinceramente não vejo tanto problema com a liberalização da droga, pois isso já ocorre nas favelas do Rio e em alguns bairros chiques onde os filhinhos de papai a consomem livremente e em plena luz do dia. Enxergo também que o simples fatos de liberar não obriga ninguém a utilizar o "produto", pois o que determina o surgimento de um novo usuário são outros fatores, como a deseducação, a carência de diálogo com a família e a mentalidade do próprio adolescente. Analisando friamente a situação este é o cenário: a maconha caso liberada acabaria aliciando os mais jovens a consumi-la, mas ver o próprio pai fumando cigarro, bebendo e dirigindo um carro não alicia, certo? Eu penso que não!

Outro ponto a ser discutido é a questão do aborto - me perdoem os mais religiosos - mas sou sim favorável a um projeto que legalize a sua prática desde que esta seja acompanhada por um especialista que ajude a mulher nesse processo. Alguns podem achar que sou louca, atéia ou até já estão me xingando, mas prefiro que a criança não nasça a vê-la sofrendo pelo mundo, largada a própria sorte em qualquer esquina e enveredando pelos caminhos do crime.

Porque dificilmente quem pensa em abortar é a mulher casada e com marido a seu lado, mas sim adolescentes - ricas ou pobres - que engravidam dos namorados e sem responsabilidade para encarar a barra que é ser mãe jovem e solteira deixam, na imensa maioria das vezes, os filhos aos cuidados dos avós.

Por fim, se Fernando Gabeira é ou não é viado pouco importa aos interesses do Rio de Janeiro. Sobre a foto que escolhi para esta postagem queria agregar em uma só imagem o candidato e seu partido, o Partido Verde (PV) espero que tenha conseguido.