Teimando até o fim da vida...
Alguns filmes despertam mais nossos sentidos do que outros. Por exemplo, a primeira vez que assistir “A lista de Schindler” de Steven Spielberg fiquei algumas semanas refletindo sobre as cenas e sobre a maldade humana. Era e é difícil acreditar que milhares de pessoas morreram, simplesmente, porque um homem decidiu. Outra coisa complicada de conceber é a indiferença das pessoas em relação aos fatos, como por exemplo, a atitude da Igreja Católica. Outros, pelo contrário, não nos acrescentam muito como é o casos dos longas “Se eu fosse você 1 e 2”, dirigido por Daniel Filho, que apresentam um ar de novela das oito.
Ironicamente, o último filme que vi, no cinema, é também um filme protagonizado por Glória Pires, mas dessa vez acompanhada do ator Rui Castro Diaz. Os 128 minutos de duração de “Lula, o filho do Brasil” me fizeram repensar toda sua trajetória política – as eleições de 1989 e 2002, principalmente – e as críticas recebidas ao longo dela. Foi comovente observar o brilho que cada brasileiro pobre tinha nos olhos após a vitória de Lula, enfim “a esperança venceu o medo”. Interessante, também, foi observar a preocupação estampada na cara da elite brasileira receosa de que projetos como a reforma agrária e política fossem, finalmente, tirados do papel. No entanto, chegamos ao último ano de seu segundo mandato e tais projetos permanecem em situação parecida a de 2002.
Recordo dos comentários que ouvíamos nas ruas “ele não tem preparo para ocupar este cargo”, “Lula é um analfabeto”, “o Brasil está perdido”. Em meio a outros mais esperançosos “Ele já foi pobre e conhece o nosso sofrimento”, “Os pobres chegaram ao poder”, “Viva o Lula”. Eu fazia parte da turma que acreditava em seu governo – jovem sempre pensa coisas positivas – e após oito anos de Luiz Inácio Lula da Silva, como presidente do Brasil, estou orgulhosa de nossas conquistas.
A eleição de 2002 teve um sentido especial para mim, entre outros motivos, porque foi a primeira que votei e além de votar estive como mesária e participar ativamente do processo eleitoral é maravilhoso. Depois porque foi a primeira disputa presidencial que acompanhei desde o início: a escolha dos candidatos (Lula – PT; José Serra – PSDB; Antony Garotinho – PSB; Ciro Gomes – PPS; José Maria de Almeida – PSTU e Rui Costa Pimenta – PCO), a elaboração das chapas, as pesquisas de opinião, os debates da televisão e do rádio, a eleição, a apuração e a posse.
Eu que sempre escutava as histórias da eleição de 1989, contadas pela minha mãe, de repente via a história acontecendo diante dos meus olhos e era membro atuante dessa renovação. A partir desse processo eleitoral comecei a compreender como se constrói a política de um país, as alianças entre partidos com ideologias distintas, etc. Outra coisa que ficou visível para todos foi a importância que a aparência exerce sobre um candidato. Por exemplo, o Lula de 89 era barbudo, se vestia mal, falava de modo grosseiro e tinha ideias radicais; resultado perdeu a eleição para o bem-educado Fernando Collor. Contudo, em 2002, ele apareceu de terno caro, barba feita e com um discurso mais manso; resultado venceu a disputa com quase 53 milhões de votos, tornando-se o segundo candidato mais votado do mundo, atrás apenas de Ronald Reagan na eleição estadunidense de 1980.Ironicamente, o último filme que vi, no cinema, é também um filme protagonizado por Glória Pires, mas dessa vez acompanhada do ator Rui Castro Diaz. Os 128 minutos de duração de “Lula, o filho do Brasil” me fizeram repensar toda sua trajetória política – as eleições de 1989 e 2002, principalmente – e as críticas recebidas ao longo dela. Foi comovente observar o brilho que cada brasileiro pobre tinha nos olhos após a vitória de Lula, enfim “a esperança venceu o medo”. Interessante, também, foi observar a preocupação estampada na cara da elite brasileira receosa de que projetos como a reforma agrária e política fossem, finalmente, tirados do papel. No entanto, chegamos ao último ano de seu segundo mandato e tais projetos permanecem em situação parecida a de 2002.
Recordo dos comentários que ouvíamos nas ruas “ele não tem preparo para ocupar este cargo”, “Lula é um analfabeto”, “o Brasil está perdido”. Em meio a outros mais esperançosos “Ele já foi pobre e conhece o nosso sofrimento”, “Os pobres chegaram ao poder”, “Viva o Lula”. Eu fazia parte da turma que acreditava em seu governo – jovem sempre pensa coisas positivas – e após oito anos de Luiz Inácio Lula da Silva, como presidente do Brasil, estou orgulhosa de nossas conquistas.
A eleição de 2002 teve um sentido especial para mim, entre outros motivos, porque foi a primeira que votei e além de votar estive como mesária e participar ativamente do processo eleitoral é maravilhoso. Depois porque foi a primeira disputa presidencial que acompanhei desde o início: a escolha dos candidatos (Lula – PT; José Serra – PSDB; Antony Garotinho – PSB; Ciro Gomes – PPS; José Maria de Almeida – PSTU e Rui Costa Pimenta – PCO), a elaboração das chapas, as pesquisas de opinião, os debates da televisão e do rádio, a eleição, a apuração e a posse.
Lula pode até não ter diploma de Ensino Superior, mas será que um pedaço de papel pode definir até onde uma pessoa pode chegar? Ou mesmo definir a capacidade intelectual de alguém? Duvido disto, pois Lula foi diplomado pela vida e pelos altos e baixos que ela lhe reservou. E é está história que está sendo retratada em “Lula, o filho do Brasil” de Fábio Barreto. As dificuldades, a pobreza, o alcoolismo do pai, a viagem de Caetés (Pernambuco) até São Paulo no pau de arara, a morte de sua primeira esposa, Maria de Lourdes da Silva, seu envolvimento com o sindicato. Enfim, o slogan “Você sabe quem é esse homem, mas não conhece a sua história” parece de fato verdade.
Um dos pontos altos do filme é a afirmação de sua mãe, Eurídice Ferreira de Melo mais conhecida como Dona Lindu, de que é preciso teimar bastante para alcançar êxito na vida. E foi exatamente isso que seu filho fez, sendo o brasileiro que mais vezes se candidatou ao posto de presidente da república - 1989, 1994, 1998, 2002 e 2006. Em suma, posso afirmar que a eleição de 2002 incentivou uma geração inteira de jovens brasileiros, inclusive eu. Ficamos todos mais confiantes, pois ao ver Lula sem diploma universitário chegar a presidência percebemos que é possível realizar nossos sonhos independente da condição de vida (pobre ou rico) bastando apenas determinação e força de vontade.
Outra mensagem já escrita aqui e que é perfeita para descrever estes últimos oito anos é que a esperança venceu o medo. O medo do novo, o medo imposto pelos poderosos do país, o medo de errar e se arrepender, o medo de mudar as coisas já constituídas e por fim o medo de ter medo. Acho que no fundo nós, brasileiros, somos todos grandes teimosos que lutam dia após dia para sobreviver em um país onde a riqueza farta está concentrada nas mãos de alguns poucos afortunados. E assim seguimos nossas vidas teimando...
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